12 de Maio de 2001
“O narcotráfico é um inimigo da Colômbia”. Esta é a frase que de maneira insistente, mais que no passado, vêm repetindo o Governo colombiano, Estados Unidos e o resto de países da comunidade internacional. Nas FARC-EP estamos de acordo.
Sim, o narcotráfico é um dos piores inimigo. Assim o temos dito e, também, o temos repetido em pronunciamentos de membros de nosso Estado Maior, de nosso Secretariado e em comunicados oficiais. Precisamente por isso, temos apresentado a Colômbia e ao mundo uma proposta séria do que seria um plano piloto de substituição de cultivos ilícitos.
O perigoso é que essa frase seja agora o cavalo de batalha de Estados Unidos para invadir a Colômbia. É sua desculpa, como as tem inventado em outros países, para desrespeitar as soberanias dos povos.
E é curioso que digam querer combater o narcotráfico sem nem sequer o tem feito em sua própria terra e suas políticas a respeito tem sido um rotundo fracasso. É curioso que pretendam converter-se nos salvadores do mundo deixando o seu mundo, o de seu povo, sem salvação.
Em vez de preocupar-se em atacar as grandes articulações dessa cadeia do narcotráfico que tem em sua terra e às verdadeiras potências que estão detrás dele, agora querem atacar com fogo ao pobre povo campesino colombiano com suas toneladas de armamento militar. Outra vez a dupla moral da grande potência.
Essa dupla moral da potência que em vez de dar-se conta que o que a Colômbia necessita são soluciones sociais, como o afirma também a comunidade européia, pretende soluções militares aos graves problemas que sofre nosso povo. Essa dupla moral da potência que quer combater o narcotráfico, se, no enquanto os mortos os ponham outros e a guerra seja de outros.
Essa dupla moral de a potência que diz-se hoje com insistência que o narcotráfico são as FARC-EP e que fecha os olhos para evitar a realidade: que o narcotráfico é o que tem corrompido la classe política, é o que tem elegido presidentes, é o que tem acabado com a justiça e é, ainda mais, o que lhe tem dado vida e tem avalizado a esse monstro que é o paramilitarismo.
Se, porque enquanto las FARC-EP protege e defende à população colombiana, os paramilitares protegem aos narcotraficantes. Enquanto se movem nas zonas aonde se produzem e processam as drogas, como o tem aceitado, o mesmo que em todo o território nacional; os paramilitares estão ali, com esses grandes cartéis, distribuindo-se os lucros.
Hoje a potência quer desviar o olhar do mundo e dos colombianos culpando a las FARC-EP de narcotraficantes. E, que curioso! no mesmo momento em que o olhar do mundo está precisamente sobre cada massacre dos paramilitares, em cada ato de barbárie dos paramilitares, em cada clamor do povo e da comunidade internacional para que o Governo faça algo, de verdade, e enfrente o paramilitarismo.
Hoje a potência quer, com sua dupla moral outra vez, deixar de lado a realidade: que muitos de colarinho branco na Colômbia vivem do narcotráfico que os verdadeiros narcotraficantes são os paramilitares, que a produção dos precursores químicos e a grande demanda dos psicotrópicos radica nos chamados países desenvolvidos.
Fonte: http://www.farcep.org/?node=2,992,1
Acesso: 23.06.007
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