Integrantes de movimentos sociais, representações sindicais e partidos políticos de esquerda, entregaram, nesta terça-feira (30/6), uma carta de repúdio ao golpe militar ocorrido em Honduras, na sede do consulado hondurenho, no bairro do Jardins, em São Paulo. O grupo foi atendido por uma representante, que ouviu a leitura de uma carta aberta com a reivindicação da volta imediata do presidente Manuel Zelaya ao comando do país.
No último domingo, os hondurenhos tiveram seu presidente eleito deposto pelos militares, que deixaram em seu lugar o presidente do Legislativo, Roberto Micheletti. O protesto teve como caráter principal o repúdio ao golpe militar pelo povo brasileiro. Os manifestantes mostraram sua indignação e prometeram que, se preciso, voltarão a pressionar os representantes do consulado para demonstrar apoio total ao povo hondurenho.
Participaram do manifesto o MST, a Via Campesina, a Conlutas, a Esquerda Marxista, CUT, MMM (Marcha Mundial das Mulheres), UNE (União Nacional dos Estudantes), Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), Força Sindical, CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Consulta Popular, PC do B, PT e PSOL.
A seguir, leia a carta entregue ao consulado:
Carta aberta ao Consulado de Honduras e ao Povo Hondurenho
É com o sentimento de indignação que nós, organizações e movimentos sociais, sindicais e estudantis do Brasil abaixo assinados, recebemos a notícia de que o povo hondurenho sofreu um golpe militar a partir do seqüestro do seu Presidente Manuel Zelaya na madrugada do último dia 28.
Repudiamos veementemente tal ato, pois atenta contra ao processo democrático em curso naquele país, construído à custa de muitas lutas sociais e populares por trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, que na edificação da democracia Hondurenha tombaram e tiveram suas vidas ceifadas.
O povo latino-americano vem assistindo e participando do processo de reconhecimento dos seus direitos, que junto com as organizações sociais, sindicais e estudantis vêm construindo processos internacionais e continental de solidariedade. Em decisão soberana, a população hondurenha iria ratificar através de plebiscito a decisão contra o retorno das oligarquias ditatoriais ao poder. Como resposta a esse processo popular, essas oligarquias golpearam duramente tal processo democrático em curso, tentando imobilizar o povo.
Esse golpe de estado reacende nossa memória sobre as décadas de ditadura iniciada na década de 60 em toda América Latina. É essa memória de lutas e resistência que nos leva a reforçar e apoiar a luta do povo Hondurenho e exigir:
1. A volta imediata do presidente Manuel Zelaya ao comando do país;
2. O restabelecimento da ordem constitucional, sem o derramamento de sangue e sem repressão à população, que exige o retorno da democracia;
3. Que seja respeitada a integridade física das lideranças sociais;
4. Que as autoridades garantam em pleno exercício democrático a consulta popular, como forma de livre expressão;
Reafirmamos nossa solidariedade ao povo hondurenho, ao presidente Manuel Zelaya e às organizações e movimentos sociais que levam a cabo – e seguirão levando – as decisões soberanas do povo hondurenho e condenamos veementemente essa ação antidemocrática.
VIA CAMPESINA,
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA – MST
CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES – CUT,
MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES – MMM,
UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES – UNE,
CEBRAPAZ
FORÇA SINDICAL
UNIÃO GERAL DOS TRABALHADORES – UGT
PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE – PSOL
CENTRAL DOS TRABALHADORES DO BRASIL – CTB
CONFEDERAÇÃO SINDICAL DOS TRABALHADORES DAS AMERICAS – CSA
CONSULTA POPULAR
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