Camaradas,
A União da Juventude Comunista e o
Partido Comunista Brasileiro trazem um revolucionário e fraterno abraço a
todos/as delegados/as e convidados/as deste décimo terceiro Congresso
Nacional da JJCC.
Hoje não há possibilidade de não
associarmos os problemas sociais de nosso continente com o próprio
desenvolvimento do capitalismo. Compreendemos a atual crise na sua
totalidade do sistema capitalista, muito mais profunda do que as
oscilações das bolsas de valores nos permitem enxergar.
O que vemos hoje é uma profunda crise
estrutural da forma capitalista de organização da vida. É estrutural,
pois possui caráter universal. Não está reservada a um ramo específico
da produção, ou estritamente financeiro, muito menos se concentra apenas
em alguns países.
Em resposta a esta crise, o sistema do
capital ataca direitos básicos da população, endivida os trabalhadores,
aumenta significativamente os índices de desemprego em escala mundial.
No campo da educação, a precarização e a baixa qualidade juntamente com
as diferentes formas de privatização e aprofundamento da lógica de
mercado dão o tom hoje nas políticas formuladas por governos
comprometidos com a conservação da ordem em nosso continente, como os
casos da Colômbia, Chile e Brasil, dentre outros.
Conforme nos mostra didaticamente a luta
dos companheiros chilenos e os próprios apontamentos das teses deste
congresso, hoje não há espaços para reformas nos marcos de uma educação a
serviço dos interesses de mercado. É necessário pensarmos e propormos
outro modelo de educação que garanta as grandes conquistas da
humanidade.
No Brasil, vivemos o aprofundamento de
políticas neoliberais na educação. Nosso país convive em pleno século
XXI com uma taxa de 10% de sua população analfabeta, em termos absolutos
é mais do que toda a população chilena. Apenas 13% dos jovens
brasileiros entre 18 e 24 anos freqüenta o ensino superior, um dos
índices mais baixos entre os países latino-americanos. Hoje no Brasil,
cerca de 87% dos estudantes matriculados no ensino superior estudam em
instituições privadas. Uma verdadeira privatização branca desta etapa de
ensino.
Nos últimos anos essa política vem se
aprofundando, seguindo os ditames neoliberais em curso no país desde o
final da década de 1980.
Assim como no Chile, os estudantes
brasileiros travam, a partir de nossa realidade, uma luta permanente por
uma educação pública e de qualidade. Nós comunistas procuramos
construir junto à base dos estudantes brasileiros uma plataforma de
lutas que nos permita avançar em um debate estratégico em torno de uma
educação e de uma Universidade Popular.
A juventude chilena hoje está na
vanguarda das lutas por direitos sociais na América Latina. A UJC se
solidariza com as lutas dos jovens chilenos. Queremos que este espaço
possibilite articulações e a construção de agendas comuns de luta entre
nossas organizações, pois apenas com a unidade e com a solidariedade
internacional podemos fazer nossas lutas vitoriosas.
Concluímos nossa saudação, citando o
camarada Ernesto Che Guevara, que ao receber o título de Professor
Honoris Causa em uma universidade de Cuba depois da revolução de 1959,
alertou em seu discurso de agradecimento lembrando os presentes que o
estudo e o conhecimento não são patrimônio de ninguém, pertencem ao povo
e ao povo o darão ou o povo o tomará e concluiu dizendo: há que se
pintar a universidade de negro, de mulato, de operário e camponês, há
que se descer até o povo e vibrar como ele, sentindo suas verdadeiras
necessidades.
É com este espírito revolucionário que
desejamos os melhores trabalhos neste Congresso, reafirmando que hoje
mais do que nunca não lutamos apenas por um sonho de outra sociedade,
mas sim contra uma grande crise civilizatória ocasionada pelo
capitalismo. Não há mais espaços para humanização deste sistema; lutamos
contra a barbárie, lutamos pelo Socialismo!
Viva o XIII Congresso das Juventudes Comunistas do Chile!
Viva a luta dos jovens chilenos e latino-americanos!
Por uma Educação e uma Universidade Popular!
Viva o Socialismo!
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