sábado, 18 de abril de 2009

Manifestações do MST são reprimidas no RS

Violência

Em São Gabriel (RS), na Fronteira Oeste, sem terra que iriam sair em marcha foram revistados e identificados pela Brigada Militar. Em Canguçu, na região Sul, MST voltou a ter acampamento revistado. Ações acontecem no dia em que o MST lembra do Massacre de Eldorado dos Carajás e protesta contra a violência.

Raquel Casiraghi

Porto Alegre (RS) - As duas manifestações realizadas pelo Movimento Sem Terra (MST) nesta sexta-feira (17) no Rio Grande do Sul foram reprimidas pela Brigada Militar. Em São Gabriel, na Fronteira Oeste, cerca de 500 sem terra foram parados pela polícia antes mesmo de iniciarem uma marcha pacífica em direção à cidade.

Os ônibus que levavam os manifestantes dos acampamentos até uma estrada asfaltada foram bloqueados em torno das 09:30h na saída da RS-630. Os policiais revistaram e identificaram todos os sem terra. Também deteram três pessoas por desacato e apreenderam facas de cozinha, consideradas armas.

A integrante do MST, Eliana Azevedo, lamenta a atuação da Brigada Militar, principalmente no dia em que os sem terra lembram os 13 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás para protestar contra a violência.

“Ela [repressão] já era antecipada. Já é certa no estado do RS, sempre acontece. Independente de como a gente se mobilize e que faça luta. A repressão foi bastante truculenta”, reclama.

Depois de liberados às 11h, os sem terra interromperam a BR-290 por 19 minutos para lembrar os trabalhadores sem terra mortos no massacre ocorrido no Pará. Seguiram em marcha até a cidade, onde tiveram uma reunião com o prefeito Rossano Gonçalves para tratar das demandas dos novos assentamentos. Os sem terra também tentaram falar com o responsável pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na cidade, mas encontraram no escritório apenas a Brigada Militar.

“A pauta que levamos para a prefeitura era de saúde e educação, que é o mínimo que teríamos que ter nesses quatro meses de assentamento. O prefeito jogou toda a responsabilidade para o governo federal”, diz.

Já na cidade de Canguçu, na região Sul, 250 trabalhadores voltaram a ocupar a Fazenda São João da Armada durante a manhã, em protesto à ação policial em São Gabriel. Na tarde as famílias deixaram o local, mas a Brigada Militar revistou o acampamento. Situação semelhante aconteceu na quarta-feira (15), quando os sem terra ocuparam a fazenda pela primeira vez.

As mobilizações integram a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, realizada todos os anos em Abril.

FONTE: http://www.agenciachasque.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário