sábado, 11 de agosto de 2012

UFSM: CEPE ADIA SEGUNDO SEMESTRE

VITÓRIA DOS GREVISTAS: CEPE ADIA SEGUNDO SEMESTRE

Calendário da graduação só será retomado após término da greve

Uma vitória parcial, mas uma grande vitória. A definição foi do presidente da SEDUFSM, Rondon de Castro, após a decisão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da UFSM, que, por 31 votos contra 15, atendeu o pleito dos três segmentos em greve, encaminhado através de documentação ao Conselho, que era de adiamento no início do segundo semestre. O calendário só deverá ser retomado após a conclusão do primeiro, o que deverá ocorrer após o fim da greve.
A vitória só não foi completa porque os conselheiros aprovaram que para a pós-graduação e os cursos de ensino a distância, o calendário foi o sugerido pela Administração, que prevê retomada das aulas a partir de 20 de agosto, para os cursos que se manifestarem até 15 de agosto. O resultado dessa votação se deu sob os protestos dos estudantes, que se consideraram “atropelados” no momento em que ainda buscavam esclarecimentos sobre a proposta.

Para a professora Fabiane Costas, integrante do Comando Local de Greve dos docentes, e que esteve durante mais de 6 horas acompanhando a exaustiva sessão do CEPE, houve uma “meia-vitória”. Segundo ela, se de um lado houve sensibilidade de que seria impossível trabalhar com calendários paralelos, conforme havia sugerido a reitoria, por outro, procedeu-se a uma fragmentação dentro da universidade, separando em termos de calendário, de um lado a graduação e de outro a pós-graduação e os cursos de ensino a distância.

Os debates no CEPE iniciaram por volta de 8h30min e se estenderam até às 15h. No início da tarde, já chegando ao limite da exaustão, alguns docentes solicitaram ao reitor, professor Felipe Müller, para que fosse suspensa a reunião. Não havia consenso se a suspensão seria de apenas 1h para um lanche ou retomada na próxima semana. A proposição da suspensão acabou derrotada por 25 votos contra 21.

Entre os dados apresentados e que pesaram na decisão dos conselheiros está a posição das unidades e subunidades na UFSM. Conforme relato do professor Vagner Anabor, que integra a Comissão de Legislação e Normal (CLN) do Conselho, 40 coordenadores se manifestaram contra o início do 2º semestre e apenas 12 foram favoráveis ao início; dos diretores de Centro, 10 foram contra o início e apenas 1 a favor. No caso das chefias de departamento, 27 foram contrários e 10 foram favoráveis.

O critério levantado a todo o instante pelos estudantes era o da garantia da qualidade do ensino, que estaria prejudicando em função de calendários funcionando de forma concomitante. Agrega-se na argumentação discente o fato de que torna-se extremamente precário o fato de aulas serem dadas sem que a Biblioteca e o restaurante Universitário fossem reabertos.

Ad referendum

Um dos pontos da pauta do CEPE que exigiu uma longa discussão refere-se à homologação do “ad referendum” do reitor, Felipe Müller, quando publicou a Resolução 017/12. No documento, assinado dia 2 de agosto, o dirigente da UFSM cancelou a reunião do Conselho marcada para dia 3 de agosto e adiou o início do semestre letivo. Os conselheiros tiveram que se posicionar a favor ou contra a homologação.

Após o “aconselhamento” do reitor de que, caso não fosse homologado o “ad referendum”, cairiam por terra os efeitos da resolução, e, com isso estaria valendo o calendário letivo do segundo semestre desde 6 de agosto, os conselheiros acabaram aprovando a homologação, com o registro de 18 votos contrários. A proposta de manter o CEPE em “convocação permanente”, sem necessidade de respeitar as 48h previstas estatutariamente para convocação, não foi acatada pelos conselheiros.

Apesar da vitória maiúscula da proposta dos segmentos em greve, no CEPE, o presidente da SEDUFSM faz um alerta para que todos fiquem atentos às tentativas impositivas na instituição. “O CEPE é, conforme disse o próprio reitor, a instância que deve decidir sobre o calendário. E o Conselho decidiu: o segundo semestre inicia somente após a conclusão do primeiro. Portanto, me estranha a fala do professor Felipe Müller, expressa no site da instituição”, diz Rondon.

O dirigente da SEDUFSM se refere a uma nota publicada na página da UFSM, após o encerramento da reunião, em que são destacadas expressões do reitor nas quais ele diz: “Nós não podemos colocar toda a Universidade em greve, nem podemos tirar. Por isso, caso necessidades especiais sejam encaminhadas a esta casa elas deverão ser apreciadas e votadas como qualquer outro processo. Poderemos votar processos de cursos específicos e até de semestres específicos”.

Rondon de Castro questiona: “será que, por acaso, o dirigente máximo da nossa instituição, reitor Felipe Müller, estaria propondo ou estimulando alguma forma de driblar uma decisão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão?”.

Texto e fotos: Fritz R. Nunes

Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

Nenhum comentário:

Postar um comentário