quinta-feira, 2 de julho de 2009

Equador formaliza entrada na Alba

Adesão ocorreu durante a 6ª Cúpula Extraordinária da Alba, realizada na Venezuela. Além dos equatorianos, São Vicente e Granadinas e Antígua e Barbuda também se somaram ao bloco, que conta agora com nove países

Adesão ocorreu durante a 6ª Cúpula Extraordinária da Alba, realizada na Venezuela. Além dos equatorianos, São Vicente e Granadinas e Antígua e Barbuda também se somaram ao bloco, que conta agora com nove países
Da redação


O Equador formalizou, nesta quarta-feira (24), sua adesão à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba). A adesão oficial aconteceu durante a 6ª Cúpula Extraordinária da Alba, realizada em Maracay, na Venezuela.

Em seu primeiro discurso como membro do grupo, o presidente equatoriano, Rafael Correa, afirmou que a decisão de integrar a Alba baseou-se na "convicção de que a América morena está chamada a ser protagonista de um novo processo histórico marcado pela solidariedade".

Correa frisou, no entanto, que a entrada do Equador na Alba não significa um "afastamento" de outros mecanismos de integração, como a Comunidade Andina das Nações, o Mercosul e a Caricom.

Além da integração plena do Equador, São Vicente e Granadinas e Antígua e Barbuda também se somaram ao grupo. Para o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Goncalvez, a adesão de seu país à Alba se deve ao projeto do bloco de uma "democracia social, focada nos pobres e trabalhadores".

Já o presidente de Antígua e Barbuda, Winston Baldwin Spencer, destacou que os povos pobres que sofreram com os modelos de dominação imperialista vêem a possibilidade de renascer na Alba, que "respeita sua livre determinação".

Os discursos dos três novos membros também não economizaram em críticas à hegemonia estadunidense e aos projetos neoliberais, como a fracassada Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

O anfitrião da cúpula, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deu boas-vindas aos mais recentes integrantes e afirmou que o grupo "vai impulsionar um comércio justo", ao passo que "manter a Alca seria nos condenarmos à dependência". Chávez declarou, ainda, que "nunca como hoje é tão imperativa a integração" dos povos latino-americanos.


Fortalecimento
Com as novas incorporações, a Alba é formada agora por Cuba e Venezuela (fundadoras do bloco em 2004) e por Bolívia, Nicarágua, Honduras, Dominica, Equador, São Vicente e Granadinas e Antígua e Barbuda.

Esse número, porém, pode aumentar em breve. Durante a cúpula, o Paraguai anunciou que, a exemplo do Equador, pretende se tornar "em pouco tempo" um membro pleno da Alba. Para o chanceler paraguaio, Héctor Lacognata, a adesão se dará em razão das coincidências de "princípios e fundamentos" entre o grupo e o governo do presidente do Paraguai, Fernando Lugo.

"Acreditamos que estamos amadurecendo o processo para que, eventualmente, nossa condição [na Alba] passe a um nível superior em pouco tempo e, de fato, nos sentirmos cômodos dentro do organismo", afirmou Lacognata durante sua intervenção no encontro.


Decisões
Entre as decisões tomadas pelos membros da Alba estão a criação de um Conselho de Complementação Econômica e o Conselho Social, que visam a incentivar programas de intercâmbio, investimento em produção e projetos sociais.

A fim de coordenar as ações desses conselhos, o presidente da Bolívia, Evo Morales, propôs a criação de uma secretaria permanente para a Alba. A iniciativa serviria, ainda, segundo ele, para fortalecer a comunicação entre as nações.

Também foi decidido que, a partir da próxima cúpula, a Alba se denominará Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América - Tratado de Comércio dos Povos (ALBA - TCP). A justificativa para a mudança de nome, de acordo com Chávez, foi o fato de a Alba ter passado de proposta teórica a uma "plataforma política territorial, geopolítica e de poder".

A 7ª Cúpula Extraordinária da Alba acontecerá no final de setembro, na província boliviana de Chapare, localizada no norte do departamento de Cochabamba.

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