quarta-feira, 1 de julho de 2009

Grupo do Rio demanda restituição de Zelaya

Grupo do Rio demanda restituição de ZelayaMANÁGUA.— O Grupo do Rio condenou em 29 de junho o golpe de Estado perpetrado em Honduras e ratificou seu respaldo incondicional ao único presidente de tal nação centro-americana, José Manuel Zelaya.

A declaração final da reunido de emergência sustentada pelos países-membros nesta capital recusou-se a reconhecer o governo de fato instaurado no domingo 28 em Tegucigalpa.

Os membros deste mecanismo consideraram que a ação perpetrada no domingo passado em Honduras é um atropelo aos povos e à democracia latino-americana.

Denunciaram especialmente a violência e arbitrariedade com que foi sequestrado Zelaya, cujo mandato é o único que reconhecerão os membros do Grupo do Rio.

Reiteraram seu respaldo ao presidente constitucional de Honduras, e reclamaram sua restituição imediata e incondicional no cargo conferido por seu povo nas urnas.

Além disso, a declaração considerou “indispensável” garantir a liberdade de expressão e a integridade física dos jornalistas em Honduras, vários dos quais foram detido por difundir a repressão contra as manifestações de resistência pacífica.

O Grupo assinalou que a posse de Roberto Micheletti como presidente de fato carece de legitimidade e também não reconhece nenhum funcionário designado pelo governo impostado.

Os assinantes instaram aos militares hondurenhos a se subordinarem ao único comandante-em-chefe das Forças Armadas, Zelaya, e exigiram dos golpistas que respeitem os direitos humanos e as garantias constitucionais.

Concordaram também a criação duma delegação de representantes presidenciais que investigue os crimes perpetrados pelos golpistas, e instou à Organização dos Estados Americanos a adotar soluções drásticas para restituir a democracia em Honduras.

O Grupo do Rio permanecerá em consulta permanente até que o único presidente constitucional de Honduras seja incondicionalmente restituído, noticia a PL.

PRESIDENTES CONDENAM GOLPE

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que é necessário que as administrações que têm relações diplomáticas e de outro tipo com Honduras passem à ação contra o governo de fato implantado nesse país.

O presidente perguntou como é possível que neste terceiro milênio existam golpistas, e lembrou que prevalece o Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, onde os militares da região aprendiam que seus inimigos internos eram os movimentos sociais.

“Sinto que ainda há grupos de militares na América Latina que consideram que os povos organizados são inimigos internos, e que portanto há que maltratá-los, e destroçar esses movimentos sociais”, enfatizou o chefe de Estado.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, advertiu que a ordem constitucional deve retornar incondicionalmente a Honduras e reclamou ações concretas para derrocar os golpistas.

Chávez advogou por uma solução pacífica à crise hondurenha, mas advertiu que, de ser preciso, as forças progresistas na América Latina tomarão os fuzis para defender suas conquistas sociais.

Da mesma maneira, advertiu que permitir manobras golpistas para ganhar tempo, como umas supostas eleições livres a finais de ano, converteria os governos latino-americanos em cúmplices da ação.

Também anunciou que seu país cortará o fornecimento de petróleo a Honduras até que seja restituído o governo de José Manuel Zelaya.

Por sua parte, o governante dominicano, Leonel Fernández assinalou que há um só presidente de Honduras e é Manuel Zelaya, o outro é um usurpador; enquanto seu par mexicano, Felipe Calderón, ressaltou a maturidade e a responsabilidade dos líderes presentes que, apesar das diferenças, expressaram uma posição comum de coincidir na rejeição ao golpe de Estado.

O presidente guatemalteco, Álvaro Colom, também fez uma convocatória para que Zelaya retorne a seu cargo o antes possível e assim evitar um derramamento de sangue.

Da mesma maneira, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza condenou o golpe militar e destacou a unanimidade no reconhecimento a Zelaya como único presidente legítimo de Honduras.

O presidente hondurenho, por seu lado, significou que está em jogo não só a democracia em seu país, senão as conquistas da humanidade quanto à participação cidadã.

O que falha nas democracias da América Latina que acontecem estas coisas, falha o homem ou falha o sistema?, perguntou.

De nada serve que nos tenhamos independizado e formado estados e tenhamos derrocado ditaduras se a força bruta impera novamente sobre a razão, afirmou Zelaya.

Acredito que em Honduras só há um presidente e aqui está em Manágua. Faltam sete meses para que termine meu período presidencial, depois de ir a Washington retorno a Tegucigalpa e que me esperem. Vou cumprir meu mandato concordem ou não golpistas. O presidente retorna a sua pátria na quinta-feira.

Representantes do Chile, Peru, Argentina e Colômbia expressaram também seu respaldo ao governo de Zelaya e concordaram em que a reunião mostrou a determinação de defender a democracia no continente. (SE)

FONTE: http://www.granma.cu/portugues/2009/junio/mar30/Grupo-do-Rio.html

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